Meus Livros de Poesias

Meus Livros de Poesias
Quem conhecerá os mistérios do coração que ama?... Há, ou haverá uma receita para uma felicidade plena e um amor imortal?... Quantos pensamentos temos e quantas perguntas podemos fazer ou responder quando estamos verdadeiramente envolvidos em sentimentos que nos arrebatam?... O poetar de um coração apaixonado que se nega a desistir do seu amor muitas vezes fala em metáforas para expressar os seus sentimentos, mas acima de qualquer coisa e em qualquer situação, declara esse amor aos quatro ventos!... E aqui um coração entre outras formas, fala em metáforas para fazer declarações de amor; um amor que o tempo e a distância não foi capaz de apagar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um Sonho



Lágrimas são serenos que orvalha os meus olhos;
Ufana de um anjo mau que não conhece o amor...
Ironizando o meu pranto, sorriu dos meus sonhos...
Zombaria de um coração vazio, sem afeto e sem calor.

Com o orvalhar dos meus olhos rego a minha dor,
Adornando minhas feridas com o balsamo do meu pranto,
Rompendo laços que me prendem e que a ti me é condutor;
Lamento por esse sentimento que me cai como um tormento!
O meu sorriso também é triste pelo desprezo do teu amor...
Sou tão somente um sonho que você não quis e fora jogou.

Metade de mim!...


Metade mim é riso...
Metade de mim é pranto!
Metade de mim é desejo...
Metade de mim é desencanto!
Metade de mim é vida...
Metade de mim é morte!
Metade de mim é luz...
Metade de mim é treva!
Metade de mim te ama...
Metade de mim te odeia!
Metade de mim é silêncio...
Metade de mim é grito!
Metade de mim é frio...
Metade de mim é calor!
As duas metades, porém,
Não vivem sem o teu amor!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Meu Acalento



Meu corpo treme ao lembrar nossos momentos;
Esse reviver solitário que me arrebata a vida...
Um desejo que arde como o fogo e me entorpece.

Aquecer o meu corpo em teu corpo é o que desejo;
Navego em um mar revolto de bravas ondas...
Juro não queria te amar ou desejar tanto assim.
Ouço tua voz no sussurrar do vento, esse é meu acalento.

sábado, 11 de junho de 2011

É O Teu Aniversário



Laudas desbotadas, de uma revista velha desgarrada,
Um guardado, não sei pra quê, traz-me lembranças de ti.
Insistindo em me lembrar que hoje é o teu aniversário!...
Zanzando fico; lembranças do passado, planos que fizemos.

Colunas de fogo me incendeiam a alma e o meu viver...
A calma me esvai, pois a solidão é o preço que pago por te amar.
Reescrever a minha história, queria eu, nesse teu aniversário!...
Lagrimas me caem; este é o salário desse coração enamorado!
O teu sorriso criança me vem à lembrança, hoje é teu aniversário;
Somente ficaram as lembranças de ti nesses meus guardados!...

Engano!...



Luz, ou encanto já não há em meu céu!...
Ultrajados foram meus sonhos de menina;
Ilusões que acalentaram esse coração meu.
Zombaste do meu sentimento com ufana...

Cravaste com o punhal da malicia o peito meu.
Arrebatando a minha alegria e, do meu viver a gana.
Roubaste o que de mais puro havia em meu eu;
Loucuras de amor cometi em perversa duna!...
Oásis dos desejos acreditei encontrar o meu;
Sob lágrimas vejo agora o engano que me adorna.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ilusão!...


Lamento, por mim lamento, te amei!...
Um amor tão puro, tão lindo, tão meu.
Ilusão de adolescente carente; errei!...
Zanzei por caminhos ilusórios, apenas eu.

Com força de mulher e olhar de menina amei.
Amor sem fronteiras ou limites, mas só meu!
Radicar deixei esse amor, como não sei!...
Lição dolorosa eu tive com os atos teu...
O amor, porém, nos faz diferente, eu sei.
Sei, também, ninguém te amou como eu.

Foi Tudo Engano


Foi só um sonho daqueles que se sonha acordado,
Coisa de menino levado viajando por mundo encantado;
Foi só ilusão daquelas que colore a vida nos deixando entorpecida,
Mas que no final sempre nos deixa aberta uma ferida!...

Foi só uma brisa suave que tocou levemente o meu rosto,
Porém transformou-se em tempestade me trazendo desgosto;
Foi só um raio de sol que em seu esplendor pôs luz em meu caminho,
Mas que no entardecer saiu de fininho!...

Foi só um coração carente que levou tudo no repente;
Coisas desse órgão parte do nosso corpo, mas que não obedece a gente.
Foi só um sorriso que parecia ter brilho e, me trousse encanamento,
Mas que logo se fechou me trazendo sofrimento!...

Foi só uma nuvem de esperança que apareceu no meu céu,
Porém foi arrastada pelo vento de forma terrível e cruel;
Foi tudo engano, meus sonhos se afogam nesse oceano,
Em castelo de areia construí lindos planos!...

A BUSCA DE UM ENTENDER


(Prosa Poética)

De minha janela, com olhar triste, acompanho os passos de quem cruza a rua; com lágrimas no olhar e dores que perfuram o peito, busco em vão a presença sua!...
Feridas abertas na alma põem-se a sangrar, busco o socorro Divino que se demora a chegar. E esse nó na garganta que não me permite falar, eu só queria saber onde está você que jurava me amar!...
O meu grito é silencioso, pois apesar dos pesares não quero te entristecer, pois a tua tristeza aumenta o meu sofrer!... Rego então, com as minhas lágrimas as rosas que plantei com você, mas que com a sua falta começam a morrer.
Esta dor é só minha já deu pra perceber, busco em vão o seu rosto que já não quer me ver; e por mais que eu ore, minhas orações parecem não alcançar os céus, pois Deus não me traz você!... Então as nuvens choram solidária a minha dor, mas só aumenta o meu sofrer, pois me lembra da chuva que levamos em nosso primeiro dia de amor.
Eras a minha promessa Divina, eu costumava a dizer; meu anjo; meu Príncipe encantado, que alegrava o meu viver. Mas veio a tempestade e foste fraco, se deixando abater. E de minha vida saíste devagarzinho, sem nada dizer.
Às vezes eu sinto vontade de falar tantas coisas pra te ofender, pra que sinta na alma um pouquinho do que me faz viver; ensaio palavras e gestos, tudo que te faças um pouco sofrer, mas no final de tudo o que sai é que amo você!...
E volto a clamar aos céus em um pedido de socorro, buscando apoio na palavra que diz que com fé eu desloco os morros!... Pois a promessa de Deus é de que a oração de quem o busca com fé jamais deixará de ser ouvida; e apoiando-me nessa promessa, peço a Ele você minha vida!
De ti esquecer o meu coração está a se negar, então clamo com mais força aos céus e espero a resposta chegar. Sou a tua borboleta que espera ansiosa para em teus braços pousar.

Meu Primeiro Carnaval!...


Lembro-me como se fosse hoje, mamãe havia me deixado na casa de uma senhora amiga dela, essa senhora já tinha aproximadamente seus setenta anos e, como não havia nem uma criança na casa, pediu que minha mãe deixasse-me com ela por uns dias, assim quando suas netas, já moças e suas filhas saíssem, ela não ficaria só. Para minha mãe foi muito bom, assim ela poderia trabalhar despreocupada.

A senhora, aos domingos, sempre se levantava cedinho, arrumava-se e depois me arrumava e íamos pra igreja assistir a missa. Eu tinha aproximadamente oito anos, quase nove!... Lembro-me perfeitamente por que logo após a morte do meu pai, mudamos pra Teresina, a capital do Piauí e, isso foi pouco tempo depois.

Minha mãe havia me dado de presente um chapéu, um lindo chapéu carnavalesco, o que tinha me deixado radiante de felicidade, apesar de não ter a menor idéia de como era um desfile de carnaval. Só sabia que no dia eu usaria aquele lindo chapéu!... A senhora dona da casa o guardou dentro de um enorme baú de madeira todo cravejado de pregos no modelo percevejo, garantindo que no momento certo me entregaria.

No dia seguinte, a senhora provavelmente estivesse na cozinha, não me lembra, o restante havia saído. De repente ouvi um batuque na rua: música; fogos e gritos. Saí correndo pra ver... Que lido!... Era um bloco de carnaval de rua. Entrei correndo em casa, fui até o baú e peguei o meu chapéu e, acompanhei o bloco... Enquanto eu o seguia completamente empolgada e feliz, vi que algumas pessoas estavam se protegendo segurando na mão seus chapéus, lenços e outros adereços, pois outras pessoas se aproximavam correndo, arrancava os de suas cabeças e os levava embora... Tive medo!... Tirei o meu chapéu da cabeça e o segurei na mão e, continuei... Veio, porém alguém por traz avançou em minha mão e correu levando o meu chapéu; era alguém bem maior do que eu pude ver, não tive a menor chance de recuperá-lo. Restou-me chorar!...

De volta pra casa pensei em várias formas de obter o meu chapéu de volts; do meu jeito criança, mas pensei...

Lembrei-me de que o papai falava que quando cremos muito em algo e o desejamos, encontramos forças para conquistá-lo; lembrei-me de que um dia enquanto contava estórias de pescador ele havia me prometido que iria pegar uma sereia e dar-me de presente. E do meu jeito criança, acreditei que se ele podia dar-me uma serei de presente, também poderia trazer de volta o meu chapéu, muito embora já estivesse morto. Fechei-me no banheiro a chorar e a pedir que ele me trouxesse de volta o meu chape, já que não havia me dado a minha sereia que me desse o meu chapéu!

Nunca falei a ninguém o que aconteceu com o chapéu, ninguém também nunca me perguntou. E infelizmente não o tive de volta como acreditei tê-lo.

Aos doze anos, mais uma vez fui atraída pela beleza e alegoria da avenida, dessa vez uma linda escola de samba; não lembro o nome, afinal já faz tempo!... E lá estava eu deslumbrada com tudo aquilo quando vejo passando um homem ainda meio jovem e, na cabeça um chapéu igualzinho ao meu; não pensei duas vezes, tentei recuperá-lo. Pulei na cabeça do homem, peguei o chapéu e sai correndo, mas como tinha os cabelos longos, enquanto corria as minhas tranças voavam, então fui pega por elas e tive que devolver o chapéu.

Alguns anos se passaram, deixei de ser menina, a inocência também ficou pra traz, mas a sereia prometida por meu pai ainda me é uma linda lembrança, como o meu chapéu! E neste ano, agora uma mulher refeita, mais uma vez fui atraída pela alegoria. E desta vez, pela primeira vez de verdade na avenida, vivendo o meu primeiro carnaval. De destaque em um carro alegórico, vi a minha escola ser a primeira colocada... Não apenas recuperei o meu chapéu, mas ao ver tantos fleches tantas câmeras em minha direção, lembrei que papai havia me falado que sereia era uma mulher; uma linda mulher. Percebi então que a minha sereia estava ali naquele carro!...

FIM